segunda-feira, 9 de maio de 2011

Pela janela




Pela janela vejo a vida,vejo teus pés
vejo bocas num bla-bla-bla sem fim.
Pela janela vejo sonhos,vejo verbos
homens e mulheres todo dia.

Pela janela vejo chuva e árvores
máquinas,vidros e arranha-céus.
Pela janela vejo fogo,fumaça
operários,formigas,raças,cores e religiões.

Pela janela vejo carros e sons
poses , políticos,dedos entrelaçados
braços cruzados,emaranhados e fios.

Pela janela vejo dia e noite
inverno,verão,medos,
cruzes,igrejas e tentação.
Pela janela vejo pedras e espinhos
pontes,caminhos,flores e rostos.

Pela janela vejo melodias perdidas
donzelas arrependidas,folhas caídas
anjos,borboletas e velhos poliglotas.

Pela janela vejo outdoors, luminosos
luzes,faróis,armas,
porcos,aviões e aeroportos.

Pela janela,em minha velha cadeira
vejo meu fim se aproximar
com meus cabelos maltratados
e na boca um cigarro fedorento a tragar.

Pela janela,agora,nada mais posso ver
a não ser um cheiro de solidão e fim
enquanto subo para ver
quem chama por mim.

Rô Olem

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