segunda-feira, 2 de maio de 2011

Ouço



Ouço em cada bater de asas das borboletas,
no silêncio sinuoso do rio,
no vôo livre do pássaro,
nas curvas que uma árvore faz buscando o céu.

Ouço a cada batida do coração
em cada acorde de uma canção
e ate na alegria desafinada
de um cantor de chuveiro.

Ouço pela manhã
no dia trinta e no dia primeiro
ouço em você,ouço em mim
ouço assim.

Ouço quando grito e quando calo,
ouço no estampido e no estalo
ouço até sem ouvir
ouço ao sentir.

Ouço quando descalço
no frio,no calor e na sinuosidade
ouço na saudade e na chegada
ouço na rua e na calçada.

Ouço no latido,no gemido
e até no som inaudível de um desaparecido
ouço no crescer silencioso das flores
ouço quando olho as cores,quando sinto amores.

Ouço porque é simples e grandioso
ouço pq apesar de minha audição limitada
ao coração nada passa desapercebido
simplesmente ouço.

Ouço quando abro os braços
e a paz me abraça
Ouço na contemplação,
na escuridão e na claridade.

Ouço nos passos,ouço no espaço
ouço olhando nos olhos
no canto grandioso de um pássaro
e no sopro do vento.

Ouço quando vejo você
ouço quando deixo crescer
ouço no entardecer.

Ouço porque sinto,muito mais do que som
muito além da palavra dita e do ruído provocado
ouço porque estás do meu lado
ao meu redor,dentro de mim.

Ouço porque somos assim,
carne,alma,eu, você,
todos únicos e variados,
ouço-TE porque és DEUS!



Rô Olem

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