domingo, 22 de julho de 2012

Mãezinha



Mãezinha, eu sei
de tudo que me disse
e eu ouvia nas noites escuras
guardei e trago comigo

Sabe, hoje lembro bem
e tudo faz sentido
a vida é guerra pra alguns
mesmo sem ter inimigos

Mãezinha, guardo teu abraço
o carinho pra suprir a fome
teu colo acalentava
e eu ninava nos braços da noite

Nada conquistei
neste chão rajado
rostos trincados
solo e pele secos e castigados
água tinha preço de ouro

Mãezinha, não sou letrado
não tive forças pra isso
fui levado a não crer
e nem fé consequi ter

Toda vez que penso na fé
a barriga dói e a dor encobre tudo
é uma prece muda;
e emudecido, me alimento do vazio

Mãezinha, se pudesse
minha vida nem teria
daria a sanidade por um pão
e pra que nesse pedaço de chão
chovesse mais do que minhas lágrimas!



Rô Olem
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