domingo, 28 de outubro de 2012

Tão diferente!



Ainda continuo o mesmo
vários sonhos num corpo
um coração cheio de força;
parei com os tiros a esmo

Ainda continuo igual
desejando sempre um outro final
sacolejando a monotonia
acreditando na monogamia

Ainda daquele jeito, numa vida singela
carinhoso e presente
avesso ao preconceito, aquarela
clarividente de meia tigela

Ainda continua aparente
aquela vontade latente, igual,
de mudar o mundo,
de ver boas notícias no jornal

Continuo igualzinho, sem alarde
sonhando grande, pisando o chão com força
reforçando as amizades
admirando o por do sol a tarde

Ainda rio de chorar
e também choro de rir
no ir e vir, emoção
descompassando as batidas do coração

Alma leve e certezas duvidosas
muita rima, pouca prosa
acreditando no tempo
esse ser invisível que martela o pensamento

Ainda continuo o mesmo e tão diferente!
Se acredito que é possível
possivelmente sigo em frente
vou ao encontro sorridente

Aperto de mão firme
abraço mais firme ainda
agarrando a vida com força
porque e apesar de tudo, ela continua linda!

Rô Olem

Diamante



Aquelas roupas que ficaram
não as joguei fora, as reservei
guardei, pra doar pra algum necessitado
que vive porta afora

Os retratos não rasguei
apenas deletei do meu banco de memória
uma estória que jamais seria registrada
uma vida toda pra entender que tudo era nada

As ruas que andávamos
ja nem sei se existem, mudaram os rumos
tudo mudou, tudo! Inclusive o mundo!
Aquele amor feneceu, desapareceu

O sorriso era tão claro
e foi-se tornando raro, apagado
demasiada demagogia, tuso errado
amar alguém que tão pouco oferecia

E com isso a poesia foi dilacerando
ulcerando a ponta dos dedos
queimando como brasa
aprisionando os desejos, fraquejando

Até que um novo olhar surgiu
iluminou os cantos escuros
e aquele obscuro coração, chorou
cantou de alegria por lembrar

Afastou os móveis e chegou
se aconchegou num novo abraço
e hoje nem traço do que era é
mais forte, mais decidido, em pé

Fita o horizonte e vê mais que um abismo
o prisma multicor se abriu, estendeu a mão
e o frio que parecia eterno, inquietante, partiu
reluziu diamante, reacendeu desejo dentro do coração!


Rô Olem

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Tudo Muda



Ainda que tudo desmorone
alicerces nao se abalam
se preciso for, recomece
pois não se esquece o caminho pra felicidade jamais!

Mesmo que tudo fique sombrio
espante o frio que te cobre;
sobre em ti alegria e força
pois o mundo é lindo, moça!

Se todos os sinais fecharem
ouse cruzar os limites,
acredite que você pode mais
aprenda a ler os sinais!

Olhe no espelho e creia
que aquela fagulha pequena de atitude, incendeia
ilumina o caminho
e alimenta a certeza que nunca esta sozinho

E se tudo isso falhar
saiba que nada é eterno, tudo vai mudar
os problemas se dissipam, feito fumaça no ar
plante hoje, regue e o melhor nao vai faltar!

Rô Olem

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Amor maior



Amor se planta e rega
não se pega a força
nem no tranco ou espanco!
Amor não anda pelos cantos!

Amor de encantos
que quase morro
sobe inclusive montanha, atravessa deserto
só pra estar por perto.

Amor que se guarda bem
pelo que se tem
e pelo que pode florescer.
Amor provoca sorriso bobo!

Amor pode ter fogo
mas geralmente é o gelo quem queima
e as vezes até teima em sobreviver
mais por costume que por sentimento.

Amor rabugento resmunga
mas racional nunca foi
busca sempre o aconchego
até confunde o sentimento com apego.

Amor maior
adulto, indulto
liberdade, felicidade
não se contém
mas sempre convém!


Rô Olem

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Eclipse



Distintos e distantes
como lua e sol
se encontravam em sonhos
eram doces estranhos

um no passado
outro no futuro
segundo a convenção
que o tempo impunha

os anos se iam,
se foram e vinham
um de encontro ao outro
como que desistindo da separação

não sabiam da mútua existência
até que um impulso, no pulso
um clique pronto e a aceitação;
haviam se encontrado em meio a multidão!

e desde então buscam um eclipse
um momento único de libertação
pra quebrar a maldição do tempo
e mais forte que a ordem estabelecida do firmamento
contemplar sua união.


Rô Olem

sábado, 13 de outubro de 2012

Sempre falta algo



Se o sol ta lá
faltam nuvens pra emoldurar
se a chuva vem
não tem nenhum teto que cubra bem

Se há beijo,
falta envolvimento
se há entrega, falta amor
e vem o arrependimento

Se tem livro,
falta a plateia pra ouvir
se tinha o mundo e perde tudo
melhor virar as costas e partir

Se há canção
falta gente pra cantar o refrão
se há rio ou mar
faltam peixes pra refeição

Se há tecnologia
que te deixa conectado
parece faltar a calmaria
e esmurra com raiva o teclado

Se há segredo entre dois
já deixou de ser há tempos
se o calor se instaura
parece faltar o vento

Se houve início,
é questão de tempo acabar só
um dia houve corpo
no outro só resta pó.


Rô Olem

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Bobos



Somos bobos
seres ínfimos, que nada fazem
comemos, dormimos
criamos e destruímos

embalamos vidas
embalsamamos corpos
criamos telas coloridas
cremos em coloridos seres

somos tolos
criaturas que creem em qualquer coisa
acreditamos no que não existe
vemos coisas que nunca foram

devotamos fé
ao que nos acalanta
somos facilmente seduzidos
pelo que nos encanta

Não bastasse dar valor ao que vive
somos fãs do que já não é mais
criamos monumentos abstratos
veneramos o que nos traz paz

Somos bobos, idiotas
conseguimos fazer tudo errado
e mesmo assim procriar com a desculpa
de que temos que nos amar!



Rô Olem

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Rindo



Sorria,
é o que te resta
empresta esse humor
pro mundo todo sorrir

desfila toda simpatia
alegria abrindo portas
a resposta é positiva
o sorriso cativa

contágio certo
o riso infecta;sorria!
quando menos se percebe
ja é epidemia

Sorria!
Só ria!!!



Rô Olem

Viagem



Ego ecoa
magoa o sorriso sincero
arpoa no peito
falta o ar, fisgado, inquieto

Grita em frente ao espelho
liberdade, tragicomia
melancolia da multidao
solidão, sem ligação

pronto pro mundo
não suporta um segundo
sem segundas intenções
variações de humor vagabundo

Corta a pele,rasga
a dor não cabe mais 
e com berros infinitos
enfrenta loucura que a solidão traz

renuncia o heroísmo
veste a roupa de algoz
devaneia, incessante
e por fim, paz!


Rô Olem
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...