domingo, 28 de outubro de 2012

Diamante



Aquelas roupas que ficaram
não as joguei fora, as reservei
guardei, pra doar pra algum necessitado
que vive porta afora

Os retratos não rasguei
apenas deletei do meu banco de memória
uma estória que jamais seria registrada
uma vida toda pra entender que tudo era nada

As ruas que andávamos
ja nem sei se existem, mudaram os rumos
tudo mudou, tudo! Inclusive o mundo!
Aquele amor feneceu, desapareceu

O sorriso era tão claro
e foi-se tornando raro, apagado
demasiada demagogia, tuso errado
amar alguém que tão pouco oferecia

E com isso a poesia foi dilacerando
ulcerando a ponta dos dedos
queimando como brasa
aprisionando os desejos, fraquejando

Até que um novo olhar surgiu
iluminou os cantos escuros
e aquele obscuro coração, chorou
cantou de alegria por lembrar

Afastou os móveis e chegou
se aconchegou num novo abraço
e hoje nem traço do que era é
mais forte, mais decidido, em pé

Fita o horizonte e vê mais que um abismo
o prisma multicor se abriu, estendeu a mão
e o frio que parecia eterno, inquietante, partiu
reluziu diamante, reacendeu desejo dentro do coração!


Rô Olem

2 comentários:

  1. "Uma vida toda para entender que tudo era nada..." Amei isso!!!!

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  2. Pois é minha irmãzinha, as vezes sai alguma coisa boa dessa cachola empoeirada, rsrsrs

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